quinta-feira, 31 de março de 2016

“SÍNDROME DO BEBÊ AZUL”

A TETRALOGIA DE FALLOT popularmente conhecida como Síndrome do bebê azul,  defeito congênito cardíaco.



 


   A Tetralogia de Fallot representa cerca de 5% de todas as cardiopatias congênitas, afetando 1 em cada 2400 nados vivos (Hoffman, 2002). O diagnóstico inclui o defeito do septo interventricular (IV), cavalgamento da aorta sobre o septo IV, hipertrofia do ventrículo direito (VD) e obstrução da câmara de saída do VD, com origem valvular, sub ou supravalvular ou nos ramos das artérias pulmonares.
 O funcionamento adequado da circulação tem como objetivo, suprir as necessidades dos tecidos corporais, ou seja, transporte de nutrientes, eliminação de produtos do metabolismo, transporte de hormônios e principalmente distribuição do oxigênio. Dessa maneira para o seu bom funcionamento é necessário que a circulação sistêmica e circulação pulmonar mandem, respectivamente, sangue oxigenado para o corpo através da válvula aórtica e sangue venoso para os pulmões através da válvula pulmonar.

   Sendo assim, é válido salientar que a Tetralogia de Fallot o coração possui sua anatomia alterada apresentando comunicação anormal entre os ventrículos e impedimento do fluxo adequado pela válvula pulmonar, a qual se mantém estreitada ou totalmente fechada. Além disso, o fluxo sanguíneo apresenta comprometimento, pois o sangue que chega do ventrículo direito (sangue venoso) ao invés de ir para a artéria pulmonar e seguir em direção aos pulmões para posterior oxigenação vai em direção do ventrículo esquerdo através do canal intraventricular (CIV) e segue em direção a aorta que distribui sangue misturado venoso e arterial para todos os tecidos corporais o que caracteriza a cianose do bebê.

   Portanto, essas alterações anatômicas e consequentemente do fluxo sanguíneo caracterizam o quadro clínico (cianose, presença de sopros, dispneia e fadiga) e reduzem a expectativa média de vida para 3 ou 4 anos, entretanto o tratamento para a abertura da estenose pulmonar, fechamento do defeito (CIV) e reconstrução da via de fluxo na aorta oferece a correção total do problema e qualidade de vida.

Por Jéssica Cordeiro, aluna Medicina UNINASSAU.

Referências 
http://brunorocha.com.br/portal/wp-content/uploads/2010/08/im211.jpg
Hoffman JI, Kaplan S. The incidence of congenital heart disease. J Am Coll Cardiol, 2002
Jun 19;39(12):1890-900.
GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 11ª ed.

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