quarta-feira, 30 de março de 2016

A Eletricidade do Coração

A contração da musculatura cardíaca é essencial para que o coração desempenhe sua função de bombear o sangue para todo o corpo e esse mecanismo de contração é dependente da despolarização ordenada das células musculares cardíacas. Essa despolarização se dá, após um estimulo elétrico, através da entrada de íons de cargas positivas que estão no meio extracelular, que entram modificando a carga interna da membrana celular. Portanto essa ativação elétrica deve ser ordenada e se dá pela propagação de potenciais de ação despolarizantes através das estruturas anatômicas deste órgão.
Para que o coração não necessite de um estímulo externo para contrair é necessário que suas células sejam autoexcitáveis, mas é necessário que ocorra excitação de forma ordenada. Portanto o batimento cardíaco tem início no nodo sino-atrial (SA), conhecido como marcapasso, com um potencial de ação gerado de maneira espontânea. Esse potencial de ação se dissemina por todo o átrio direito, e chega ao átrio esquerdo, levando à contração do miocárdio atrial. Em seguida, essa onda de ativação chega para uma área de conexão elétrica existente entre átrios e ventrículos, o nodo atrioventricular (AV). Após isso atinge o feixe de His e passa por ele até chegar às fibras de Purkinge e através dessas fibras, que se assemelham a galhos de uma árvore, a onda de despolarização é distribuída a todo o miocárdio dos ventrículos direito e esquerdo, determinando a contração ventricular.
Como todos os momentos desse ciclo são impulsos elétricos, eles podem ser mensurados num eletrocardiograma, um exame feito para analisar a função cardíaca. Cada onda P corresponde a estimulação dos átrios, em seguida o complexo QRS corresponde a despolarização dos ventrículos e a onda T corresponde a repolarização ventricular.
Para entender melhor sobre essa contração deixamos um vídeo para explicando a atividade elétrica do batimento cardíaco.


Rafaella Cardoso Gonzalez, estudante de medicina da UNINASSAU

Referências Bibliográficas:

- Sociedade Brasileira de Cardiologia, Diretriz de interpretação de eletrocardiograma de repouso. Arq. Bras. de Cardiologia vol.80, 2003. < Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/abc/v80s2/a01v80s2.pdf> Acessado em: 27/03/2016
GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 11ª ed. Rio de Janeiro, Elsevier Ed., 2006.

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