quarta-feira, 6 de abril de 2016

Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica

A função da respiração é essencial à vida e qualquer alteração nessa atividade gera desfunções que repercutem em todo o organismo. Ela pode ser definida como uma troca de gases entre as células do organismo e a atmosfera. Ela pode ser dividida em quatro etapas: ventilação pulmonar, que se refere a entrada e saída de ar entre a atmosfera e os alvéolos pulmonares; difusão de oxigênio e de dióxido de carbono entre os alvéolos e o sangue; transporte de oxigênio e de dióxido de carbono no sangue e nos líquidos corporais, para e das células; e regulação da ventilação e de outros aspectos da respiração. Existem inúmeras doenças que alteram essa função e a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica é uma delas. Mas compreender melhor esta disfunção é preciso entender um pouco sobre a mecânica respiratória. 
Fonte: Google Imagens Disponível em:< https://pilatespirenopolis.files.wordpress.com/2012/04/respiracao11.jpg>

A expansão e a retração dos pulmões são os processos que promovem a entrada e a saída de ar durante a ventilação pulmonar.  Essa é percebida através de dois mecanismos: os movimentos do diafragma, para cima e para baixo, que fazem variar o volume da caixa torácica e a elevação e o abaixamento das costelas  que aumenta ou diminui o diâmetro anteroposterior da caixa torácica. A movimentação da caixa torácica produz variações na pressão das vias respiratória, logo, na inspiração, a pressão dentro dos alvéolos diminui em relação à pressão atmosférica, isso faz o ar penetrar através das vias respiratórias. Já na expiração normal, a pressão dentro dos alvéolos se eleva fazendo o ar sair através das vias respiratórias.
Existem doenças que prejudicam esse mecanismo de ventilação, e a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica – DPOC é uma delas. Existem evidências de que ela acarreta prejuízos na mecânica pulmonar e na musculatura periférica, através da obstrução brônquica que acarreta um deslocamento do valor de pressão para as vias aéreas que não possuem cartilagens, favorecendo o aprisionamento de ar. Cronicamente, este processo fisiopatológico tende a levar à hiperinsuflação pulmonar, o que inicialmente reduzira a capacidade física para grandes e pequenos esforços.
Existem várias definições, mas alguns aspectos são relatados em quase todas as definições, logo, classicamente é apresentada como uma redução crônica e progressiva do fluxo aéreo secundaria a uma resposta inflamatória anormal dos pulmões devido à inalação de partículas ou gases tóxicos. Essa inflamação produz alterações de intensidade variável nos brônquios (bronquite crônica), bronquíolos (bronquiolite obstrutiva) e/ou parênquima pulmonar (enfisema). Por acometer a função respiratória, a DPOC é acompanhada de manifestações sistêmicas que tem repercussão importante sobre a qualidade de vida e a sobrevida dos pacientes, por exemplo, a disfunção dos músculos esqueléticos, o que contribui para a intolerância ao exercício.
Fonte: Google Imagens Disponível em:< http://i.imgur.com/hplojaz.jpg>

                 Para ilustrar e compreender melhor sobre o assunto deixamos um vídeo explicando um pouco sobre essa doença que um dos principais problemas de saúde do mundo, relacionado a função respiratória.





Rafaella Cardoso Gonzalez, estudante de medicina da UNINASSAU.

Referencias Bibliográficas
- CAVALCANTE, A G M; BRUIN, P F C. O papel do estresse oxidativo na dpoc: conceitos atuais e perspectivas. J Bras Pneumol. 2009; 35(12): 1227 – 1237. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-37132009001200011> Acesso em: 04 de abril de 2016
-GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 11ª ed. Rio de Janeiro, Elsevier Ed., 2006.

- TREVISAN, M E.; PORTO, A S.; PINHEIRO, T M. Influência do treinamento da musculatura respiratória e de membros inferiores no desempenho funcional de individuos com dpoc. Fisioter Pesq, São Paulo, v.17, n.3, p.209-13, jul/set.2010.

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Ventilação pulmonar e pneumotórax



         O pneumotórax é definido como a presença de ar livre na cavidade pleural. Mas o que é cavidade pleural? É uma cavidade formada por membranas delgadas chamadas pleuras, em que a mais externa (parietal) está em contato com os músculos torácicos e a mais interna (visceral) está em contato com os pulmões. Essas pleuras cobrem os pulmões e entre elas há um líquido que tem a função de mantê-las unidas e facilitar que uma deslize sobre a outra. 
          É importante que essas pleuras fiquem unidas, apenas com o líquido pleural entre elas, pois a pressão desse líquido é negativa quando comparada a pressão atmosférica e faz com que os pulmões fiquem abertos em repouso normal, já que devido a elasticidade intrínseca do pulmão ele tende a colabar (fechar). A união das pleuras também permitem que os músculos torácicos e abdominais auxiliem no processo de ventilação pulmonar, e por consequência na respiração.  
           Quando ocorre contração do músculo diafragma, a pressão na cavidade pleural fica ainda mais negativa, assim a pressão atmosférica que é maior direciona o ar pra dentro dos pulmões, e quando o diafragma relaxa, a pressão na cavidade pleural aumenta e somado à elasticidade do pulmão, faz com que o ar saia, deste modo permitindo o fluxo de entrada e saída de ar pelos pulmões.



          O pneumotórax ocorre quando há uma lesão da pleura e o ar que deveria estar apenas no dentro do pulmão, começa a vazar para a cavidade torácica. Como o pulmão fica insuflado devido a pressão negativa do tórax, qualquer vazamento de ar para essa região eleva a pressão e favorece o colabamento do mesmo. O ar que deveria estar expandindo o pulmão, está agora do lado de fora, comprimindo-o e fazendo-o murchar.






          O pneumotórax é classificado em espontâneo (primário ou secundário) e não espontâneo (traumático). O pneumotórax espontâneo primário ocorre em pacientes sem doença pulmonar evidente, enquanto que o secundário surge como complicação de doença pulmonar previamente conhecida.
        As principais consequências fisiológicas dependem da magnitude do pneumotórax, da condição do pulmão subjacente e do nível tensional, que ocasionam restrição à ventilação pulmonar. Ocorre uma redução dos volumes pulmonares, da capacidade vital e de difusão, da complacência pulmonar e da pressão alveolar de oxigênio (PaO2).
        O tratamento de pacientes com pneumotórax é muito variável, incluindo procedimentos como repouso e observação, livrar o espaço pleural do ar contido, restabelecendo a função pulmonar, diminuir a probabilidade de recorrência entre outros. 

Juliana Baccaglini, estudante de medicina da UNINASSAU.

Referências:
GUYTON, A.C. Fisiologia Humana. 5ª ed., Rio de Janeiro, Ed. Interamericana, 1981. 08- GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 11ª ed
http://itarget.com.br/newclients/sbct/wp-content/uploads/2015/03/pneumotorax.pdf 
Light RW. Pneumothorax. In: Light RW. Pleural diseases. 3rd ed. Baltimore: Williams and Wilkins, 1995: p. 242-77
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-37132006000900008
https://www.youtube.com/watch?v=IjXtfWWt3jM