As doenças inflamatórias intestinais (DII) são crônicas, de etiologia desconhecida, e acometem o trato digestório, sendo as duas formas mais comum de apresentação:
- Retocolite ulcerativa inespecífica (RCUI)
- Doença de Crohn (DC)
A DC e a RCUI são duas doenças distintas, apesar de clinicamente semelhantes, a história natural das DII é caracterizada pela frequente exacerbação dos sinais e sintomas, com diferenças dependendo da localização e da extensão do processo fisiopatológico.
RCUI x DC
A rcui tem sua inflamação delimitada à mucosa do colo e reto, levando a formação de úlceras, ocorrendo de forma contínua, e a manifestação mais comum é a diarréia sanguinolenta.
Já a DC é uma doença de caráter granulomatoso, que pode afetar qualquer parte do trato alimentar, desde a boca até o ânus, acometendo predominantemente o íleo terminal e o colo. Como a DC acomete todas as camadas da parede do intestino, é mais comum a ocorrência de fístulas, obstruções e perfurações do trato digestivo. A perfuração intestinal causa um quadro grave pois propicia o contato das fezes e suas bactérias com a cavidade abdominal, podendo causar peritonite e até sepse grave.
Doença inflamatória intestinal
e câncer
Tanto no crohn, quanto na
retocolite, o risco de câncer de cólon é 2 a 5x maior que a população geral. Em
média, 5% dos portadores de doença inflamatória intestinal apresentarão câncer
cólon-retal. O risco é maior quanto mais longa for a doença e quanto mais grave
e extenso for a inflamação do cólon. Por isso, após mais ou menos 8 anos de
diagnóstico de crohn ou retocolite, indica-se a realização de colonoscopias
anuais para detecção precoce dos tumores de cólon.
Diagnóstico do crohn e da
retocolite ulcerativa
Atualmente o diagnóstico das
doenças inflamatórias intestinais é realizado através da colonoscopia com
biópsia. Os achados de ulcerações,
pseudopólipos, granulomas associados a sinais de inflamação da mucosa
intestinal ajudam a estabelecer o diagnóstico, que é confirmado posteriormente
com o resultado das biópsias.
Tratamento
da doença de crohn e da retocolite ulcerativa
O
tratamento das doenças inflamatórias intestinais visa o controle da inflamação
e consequentemente a melhora dos sintomas. As duas drogas mais comumente
usadas, são a sulfalazina e o 5-aminosalicilato (5-asa), conhecido. Antibióticos como metronidazol e ciprofloxacina também são
muitas vezes usados. Em casos mais graves pode-se usar imunossupressores como
corticoides em doses altas, azatioprina, 6-mercaptopurina e metotrexate.
Uma
nova classe de droga, chamada de anti-tnf foi recentemente incorporada ao
arsenal de tratamento para o crohn e retocolite. As 3 drogas desta classe
usadas são o infliximab, adalimumab e certolizumab. Ainda não existe uma dieta
que comprovadamente auxilie nas doenças inflamatórias intestinais. O que se
indica é avaliar individualmente quais alimentos exacerbam os sintomas para
evitá-los. Mas não há uma relação de alimentos que faça mal ou bem
universalmente. Orienta-se a evitar o cigarro e também anti-inflamatórios
comuns. Na doença de crohn onde as fístulas, perfurações e obstruções são
comuns, muitas vezes é necessário a cirurgia para retirada do segmento
acometido. Por defeitos na absorção de alimentos, é comum o doente com crohn
desenvolver algumas deficiências nutricionais e desnutrição. Esses pacientes
muitas vezes desenvolvem osteoporose por deficiência de cálcio e vitamina d.
Juliana Lima, Aluna de Medicina da Uninassau.
REFERÊNCIAS:
http://www.mdsaude.com/2009/10/doenca-de-crohn-retocolite-ulcerativa.htmlK
Lilian Cuppari. Guia de Nutrição - Nutrição clínica do adulto, pág 228. 2ª ed, Manole, 2005.
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