quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Memória olfativa

            É realmente fantástico como em muitas ocasiões, um aroma pode despertar varias sensações como por exemplo quando sentimos o cheiro de alguma comida que gostamos, logo salivamos e nosso corpo se prepara para se alimentar; ou quando sentimos um perfume no ar,  e ele nos faz lembrar de alguém querido ou de uma situação marcante do passado, essas e outras sensações são mediadas pelo sistema nervoso que transforma vários estímulos em impulsos elétricos podendo percorrer por todo o corpo.
            A importância do paladar reside no fato de que ele permite a um indivíduo selecionar substâncias específicas de acordo com os seus desejos e, frequentemente, de acordo com as necessidades metabólicas dos tecidos corpóreos. Já olfação, mais ainda que a gustação, tem a qualidade afetiva de ser agradável ou desagradável. Por isso, a olfação é, provavelmente, mais importante do que a gustação para a seleção de alimentos.
            Ao se alimentar, além de obter partículas químicas do alimento que estimulam as células nas papilas gustativas localizadas na língua, durante a expiração, o fluxo de ar que passa pela garganta capta moléculas odoríferas do alimento que está sendo mastigado e essas moléculas estimulam também as células olfatórias.
            As células olfatórias são neurônios bipolares que possuem cílios nos dendritos e projetam o axônio para o bulbo olfatório que interage diretamente com o sistema nervoso central, que contem o sistema límbico, parte do cérebro responsável pela memória, sentimentos, reações instintivas e reflexos.     

            A maioria dos estímulos da olfação e da gustação se unem e ficam armazenados nesse sistema límbico, guardado na memória acompanhado da emoção/sentimento que estamos vivenciando naquele momento. Quando voltamos a sentir o mesmo cheiro, a memória afetiva é ativada, e a conexão entre o aroma e a emoção correspondente torna-se perceptível. É por isso que, às vezes, somos acometidos pela lembrança de uma situação passada na presença de determinados odores, e é também por isso de muitos salivarem ao sentir o cheiro de comida mesmo sem vê-la, e outros não suportarem o aroma de algum tempero.













Juliana Baccaglini, estudante de medicina da UNINASSAU.

Referências:
Buck LB. Olfação e gustação: os sentidos químicos. In: Kandel ER, Schwartz JH. Princípios da neurociência. 4ª ed. Barueri: Manole; 2002. p.625-47.  
Guyton AC, Hall, JE. Os sentidos químicos: gustação e olfação. In: Guyton AC, Hall, JE. Tratado de fisiologia médica. 10ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogam SA; 2002. p.570-7
Tortora GJ, Grabowski SR. Corpo Humano: Fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 6ª ed. Porto Alegre (RS): Artmed; 2005.  
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-48722011000300014

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